Comunicação de causas: e-book gratuito reflete sobre novas narrativas e caminhos para o diálogo
Publicado pela Fundação Tide Setubal, em parceria com o Instituto Alana e a Rede Narrativas, o material apresenta características das comunicações conservadora e progressista, indicando caminhos possíveis para estabelecer conexões entre pessoas com visões de mundo diferentes
A comunicação de causas ganhou mais uma importante contribuição para avançar em suas pautas e desenvolver novas narrativas. A Fundação Tide Setubal, em parceria com o Instituto Alana e a Rede Narrativas, lançou em setembro o e-book “Comunicação de Causas - Reflexões e Provocações para Novas Narrativas”.
O material também é um desdobramento da pesquisa "O Conservadorismo e as Questões Sociais" e de uma oficina que reuniu diferentes atores de segmentos diversos da sociedade civil.
“A gente se colocou no desafio de dar mais um passo nessa jornada para pensar os desafios e as possibilidades da comunicação para tentar estabelecer um campo de diálogo, já que ele é tão importante e saudável para o campo democrático”, afirmou a gerente de comunicação da Fundação Tide Setubal, Fernanda Nobre, durante o lançamento online do e-book.
O material começa abordando o desafio do diálogo entre os campos conservador e progressista e a dificuldade de escutar ativa e empaticamente. Com as redes sociais, essa questão ganhou uma dimensão ainda maior e desafiadora. Antes de partir para os possíveis caminhos para diálogo, a publicação apresenta as principais características da comunicação adotada por esses diferentes campos.
Comunicação do campo conservador
A comunicação direcionada no conservadorismo, sugere a publicação, está centrada no engajamento e inclui a estratégia de “ fomentar um ambiente de pseudoinformação, por meio do descrédito das fontes de informação tradicionais — incluindo a imprensa, os canais de comunicação (jornal, televisão, rádio, grandes portais de notícias), a academia e os centros de pesquisa”. A consequência disso é o grande volume de informações que não têm base em fatos verdadeiros e dados concretos.
Comunicação do campo progressista
Já a comunicação do campo progressista, observa a publicação, adota em sua narrativa “o seu olhar sobre o mundo e como gostaria que ele fosse”. O perigo dessa postura é que ela acaba ficando restrita a quem está “dentro da bolha” e não consegue gerar conexão com públicos diferentes. Além disso, a linguagem utilizada por esse campo é tida como elitizada. Por outro lado, a comunicação progressista assume posturas e abordagens que contribuíram para o avanço na garantia de direitos.
Diálogo
O segundo capítulo reflete sobre como estabelecer diálogo entre esses campos e estabelecer comunicações mais qualificadas, na perspectiva da comunicação de causas. Uma alternativa é encontrar pontos em comum, se afastar de ideias pré-concebidas para ouvir e gerar conexão com outro. A ideia não é abandonar valores e deixar de assumir uma postura crítica, mas adotar uma abordagem propositiva “evidenciando alternativas e criando espaço para que outras visões possam somar na busca por soluções”. Além das contribuições para pensar em diálogos efetivos, a guia ainda oferece dicas práticas para a construção de novas narrativas, incluindo se abrir para a troca e usar linguagem simples e direta.
Para conferir o e-book “Comunicação de Causas: reflexões e provocações para novas narrativas” na íntegra, acesse o site da Fundação Tide Setubal.
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