Mês da Visibilidade Trans: 6 indicações de filmes e documentários

Janeiro é o mês dedicado à reflexão sobre os desafios enfrentados por pessoas transgênero. Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), o Brasil registrou 151 assassinatos de pessoas trans nos dez primeiros meses de 2020, número 22% maior que o ano de 2019 inteiro. De acordo com a organização, os assassinatos de pessoas trans apresentam o quinto aumento consecutivo em 2020, muito pela falta de ações do Estado, que não implementou medidas efetivas de proteção voltadas à população LGBTIQA+.

Mas não há só notícias ruins. Sempre existem #goodnews! Nas últimas eleições para prefeitura e verença, ocorridas em 2020, 30 pessoas trans foram eleitas, segundo a Antra. Ainda que seja um número pequeno comparado ao tamanho da população brasileira, é um passo importante para aumentar a representatividade e lutar por mais direitos.

E para marcar o mês da visibilidade trans, preparamos uma lista com indicações de filmes e documentários que falam sobre o tema. Confira:

Revelação (2020)

O documentário disponível na Netflix é um retrato sobre a representação de pessoas trans no cinema e na TV, mostrando como Hollywood reflete e cria ansiedades profundas relacionadas à questão de gênero. Pensadores e artistas trans importantes, como Laverne Cox, Lilly Wachowski, Yance Ford, MJ Rodriguez, Jamie Clayton e Chaz Bono, explicam suas reações e resistências a algumas das cenas mais amadas de Hollywood.

Alice Júnior (2019)

No filme dirigido por Gil Baroni, a atriz Anne Celestino vive Alice Júnior, uma youtuber trans cercada de liberdades e mimos. Depois de se mudar com o pai para uma pequena cidade onde a escola parece ter parado no tempo, a jovem precisa sobreviver ao ensino médio e ao preconceito para conquistar seu maior desejo: dar o primeiro beijo. Disponível na Netflix.

Uma Mulher Fantástica (2017)

Vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2018, o longa-metragem traz a história da garçonete transexual Marina (Daniela Vega), que passa boa parte dos seus dias buscando seu sustento. Seu verdadeiro sonho é ser uma cantora de sucesso e, para isso, canta durante a noite em diversos clubes de sua cidade. O problema é que, após a inesperada morte de Orlando (Francisco Reyes), seu namorado e maior companheiro, sua vida dá uma guinada total. Assista ao trailer:

Cores e Flores para Tita (2017)

O documentário aborda a transgeneridade ao acompanhar a foto-ativista Adeloyá Ojú Bará na construção de uma exposição em homenagem ao seu tio Renato “Tita”, trans masculino que cometeu suicídio aos 15 anos. A produção traça um paralelo entre a sua trajetória nos anos 1970 e a luta contra a transfobia nos dias atuais. O Canal Brasil exibirá Cores e Flores para Tita no dia 26 janeiro, às 11h30.

Tomboy (2011)

Laure (Zoé Héran) é uma garota de 10 anos, que vive com os pais e a irmã caçula, Jeanne (Malonn Lévana). A família se mudou há pouco tempo e, com isso, não conhece os vizinhos. Um dia, Laure resolve ir na rua e conhece Lisa (Jeanne Disson), que a confunde com um menino. Laure, que usa cabelo curto e gosta de vestir roupas masculinas, aceita a confusão e lhe diz que seu nome é Mickaël. A partir de então ela leva uma vida dupla, já que seus pais não sabem de sua dupla identidade.

Transdemia (2020)

Websérie curta-documental que tem equipe e elenco 100% de pessoas trans e travestis, que usaram apenas o celular como ferramenta. Os episódios mostram histórias e estratégias de sobrevivência de pessoas trans e travestis durante a pandemia.

A série foi idealizada pelo ativista trans Ravi Spreizner, que abriu uma campanha de financiamento coletivo para pagar sua mastectomia masculinizadora (cirurgia para redução dos seios). A meta é atingir R$ 14.108 até o dia 08 de fevereiro. Entre as recompensas há ingresso para um pocket show da artista Rayssa Fayet, adesivo da campanha, copo eco e uma oficina online de comunicação de causas. Mas a maior recompensa, obviamente, é contribuir com a construção de um novo capítulo na vida do Ravi.